No outro dia estava eu a ler algumas notícias online quando me deparo com algo que me deixa a pensar seriamente no que é a ética profissional. Mais ainda. Deixa-me a pensar no que é ser jornalista. A mim, que posso ser considerada, ainda, um “projecto de jornalista”, sempre me ensinaram que informar é apenas isso, informar sem tomar partido algum do que quer que seja. Para além disso existe um conjunto de regras a seguir, regras essas a que chamam ética e que desde sempre me incutiram. È por isso que jamais consigo esquecer as palavras de um jornalista conhecido que certa vez partilhou comigo o facto de perder um furo jornalístico porque a ética assim o impediu.
È com base nisto que a notícia publicada online no jornal Público, no dia 20 de Março, me deixa a pensar. Será que é necessário prescindir da ética profissional para se poder informar? Ou não passará isto apenas de uma forma de ganhar audiência? Se esta for a razão, que caminho tomará o jornalismo de hoje em diante?
E essa troca de “galhardetes”, disfarçada de ameaças, a onde nos levará? E o pior é que se alguém tentar fazer algo será visto como o ditador, mas caso ninguém faça nada, será tudo isto visto como a desordem total, em que cada um faz o que bem entender sem que nada nem ninguém os impeça.
E agora? Que partido tomar? O que fazer? Não sei o que virá daqui. Apenas espero que a ética profissional fale mais alto e que a sua existência seja mais notável.
Ana Rita Ferreira, nº9919